sexta-feira, 27 de julho de 2012

" desculpa por tudo "

  Acabei de tomar banho, vesti o biquíni da Caitlin e a blusa do Justin. Sai da casa de banho e dirigi-me para o quarto dele, entrei no quarto e olhei para ele, estava apenas em boxer's e estava a vestir uma camisola branca em V, fiquei a olhar para ele. Ele olhou para mim e riu-se, senti as minhas bochechas a corar. Ele aproximou-se de mim, pegou nas minhas mãos e levou-me até á cama, sentou-se ao meu lado. 
Justin - Como estás?
- Desculpa por tudo.
Justin - Estou a ouvir bem? 
- Estúpido. - Ri-me e empurrei-o devagar, ele agarrou na minha mão e entrelaçou os nossos dedos.
Justin - Tenho que te contar uma coisa... Por favor não te chateis comigo.
- Estás a assustar-me Justin.
Justin - A culpa do que aconteceu naquela noite foi toda minha. A Catie... ela odeia-te e como sabe que estou " interessado " em ti - Fez aspas com os dedos e corou - Quer tirar-te do seu caminho a todo o custo, ela está obcecada por mim. Se descobre que estamos bem, ela é capaz de fazer algo pior, algo para te magoar. Ninguém pode saber de nós.
- Achas que me vou chatear contigo? A culpa não é tua, só quiseste proteger-me. - Dei-lhe um beijo na bochecha. - Continuo a odiar-te cromo. Levas-me a casa?
Justin - Levo, o pessoal deve de estar nas aulas.
- Elas devem de estar na azia comigo... aposto.
Justin - Convida-as para ir a tua casa logo.
- Sim, vou fazer isso.
(...)
  Ele parou o carro á frente da minha casa, antes de sair dei-lhe um beijo no canto da boca.
Justin - Amanhã, vemos-nos?
- Consegues estar aqui de manhã?
Justin - Uhum...
- Ás 9h. 
  Sorri-lhe e sai do carro. Corri a ter entrar em casa, mal entrei subi as escadas a correr, não me podiam ver com uma blusa de rapaz, ainda por cima uma blusa que me ficava a baixo do rabo, eu estava completamente despida. Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Despi a camisola do Justin e pus-a no meu armário pendurada, tirei um pijama do closet e vesti-me. Calcei umas meias pretas de pezinho e desci as escadas. Cheguei á cozinha e a Kelsey veio cumprimentar-me.
Kelsey - Como está?
- Estou com fome. - Sorri.
Kelsey - Está com uma cara mais animada. - Sorriu e pôs-me uma sandes de carne assada á frente. - É bom vê-la assim.
  Sorri e comecei a comer. Quando acabei de comer fui á casa de banho, lavei as mãos e os dentes e fui para o meu quarto. Mandei mensagem á Mia, á Anne, á Caitlin e á Emma para que fossem lá ter. Ouvi a campainha tocar e ouvi um grito da Kelsey a dizer que abria. Sentei-me na cama, assim que as vi entrar no quarto, as quatro correram para cima de mim e abraçaram-me. Sentámos-nos em rodinha.
Caitlin - Estás melhor?
Anne - Nunca mais nos disseste nada.
Emma - É e a Catie não pára de mandar bocas.
- Ei calma.
Mia - Vá, fala ! E já agora, onde é que foste com o Justin?
- Ele veio trazer-me a casa, só isso. Bem, bem não estou ... Não consigo esquecer aquela noite nem por nada, mas acho que tenho que sorrir para o mundo.
Caitlin - Exacto. Olha... O que achas de fazermos uma festa hoje á noite?
Anne - Convidávamos os rapazes, íamos a uma discoteca e depois íamos dormir á casa de alguém.
- A última vez que tive uma discoteca...
Mia - Não penses nisso!
Emma - Sim, não te vai acontecer nada de mal, não vais estar sozinha.
- Pronto... Dormimos na minha casa, lá na cave. 
Caitlin - No quarto com sofá e cama?
- Sim. Ei, eu durmo na cama!
Anne - E eu durmo contigo na cama.
Caitlin - Eu cá aproveito para dormir junto ao Chaz. - Riu-se.
Anne - Ahm.. Eles dormem cá também?
- Sim...
Anne - Então acho que vais dormir sozinha, quero ficar a fazer companhia ao Chris. - Sorriu tímida.
Mia - Ryan it's mine. - Rimos.
Caitlin - Emma... podes convidar o Patrik
- O moreno da tua turma?
Anne - É, eles andam in love.
Emma - Calem-se ! - Corou. - Posso?
- Sim, claro.
Caitlin - Hum... Estamos todos aos pares e tu Katherine?
Anne - Ai , o Justin é um pão. - Riu-se.
- É um otário e eu odeio-o ! 
  Passámos a tarde assim, na brincadeira e a implicar umas com as outras, sinceramente elas fizeram-me sorrir verdadeiramente, por momentos esqueci-me do que tinha acontecido, sentia-me feliz. Mandámos mensagem aos rapazes e combinámos encontrarmos-nos ás 19:45 á frente da pizzaria, íamos jantar fora todos juntos. Fomos para o meu closet e fomos escolher vestidos para usarmos, pensámos ir todas produzidas, com vestidos justos e curtos. A ideia foi delas, porque...
- Eu não vou assim.
Emma - Porquê?
- Porque não! Não quero dar nas vistas.
Caitlin - Katherine deixa-te de tretas, vais assim e acabou. 
Anne - É , não vais deixar de viver a tua vida por causa do que aconteceu.
Mia - É difícil, mas nós estamos contigo!
- Pronto, pronto, já percebi. - Ri-me e tirei o vestido do closet.
 Fomos para o meu quarto. Vestimos-nos e penteamos-nos. Basicamente estávamos todas com os cabelos esticados e com um laço na cabeça, pois usávamos risco de lado e pronto. 
Vestidos: Katherine , Anne ,  Caitlin , Mia , Emma. 
Sapatos: Katherine, AnneCaitlinMia Emma.
Caitlin - Omg, nós estamos no mínimo lindas!
- É... Vamos dar mesmo nas vistas.
Emma - Meninas estamos a esquecer-nos de uma coisa...
Anne - Quê?
Emma - Baldes para a baba dos rapazes.
Mia - A sério não existes. Mas tenho que concordar.
- Vocês são loucas.
  Descemos as escadas, avisei a Kelsey que não íamos jantar cá e que chegávamos tarde. Saímos de casa e entrámos no carro da Mia.
Caitlin - Tu tens vestidos e sapatos lindos !
- Sabes como é, menina rica.
Emma - Parecias mesmo a Catie agora.
Mia - E a Mary.
Anne - Vacas loucas. - Olhámos para ela e rimos.

" não podia ter acontecido "

1 de Junho - sexta-feira.

  Acordei ao sentir alguém mexer nos meus cabelos, abri os olhos e deparei com uma camisola azul á minha frente, afastei-me dos braços do Chris e só depois lembrei-me da noite anterior. Sorri-lhe e dei-lhe um beijo na bochecha. Levantámos-nos e fomos preparar-nos para ir para a escola. Entrei na casa de banho e olhei para o meu pulso, os cortes estavam secos e já com crosta, mas se os vissem, já sei que vinha dai sermões. Tomei um banho e enrolei uma toalha ao meu corpo, sai da banheira e voltei a olhar para os meus cortes, deixei cair uma ou duas lágrimas e ouvi a porta da casa de banho a abrir, pus o braço atrás das costas e olhei incrédula para o Chris.
Chris - Katherine... Novamente? - Ele aproximou-se de mim e pegou no meu braço. Passou o dedo pelos cortes e abraçou-me.
- Não o volto a fazer, prometo.
Chris - Confio em ti, veste-te princesa. - Ele saiu da casa de banho.
Fui até ao closet, vesti-me e calcei-me. Deixei os meus cabelos soltos e fui ter com o Chris ao quarto, ele saltou pela varanda novamente.
(...)

- Tenho medo de entrar na escola, já toda a gente sabe.
Chris - Não tens que ter medo Kath, as coisas acontecem. - Ele pôs o braço por cima dos meus ombros.- Pronta?
- Acho que sim.
  Passámos o cartão e entramos na escola, os olhares foram parar todos a nós, as pessoas olhavam e comentavam, muitas delas apontavam e olhavam-me com pena. Mordi o lábio inferior e sentei-me numa mesa á frente do Chris, ainda não tinha dito nada á Anne nem a elas, não queria falar com ninguém, apenas com o Chris, pois com ele sentia-me protegida. Estava a beber um sumo de laranja, enquanto o Chris estava a comer uma bola de Berlim, quando dois rapazes e uma rapariga pararam á nossa frente. Pousei o copo na mesa e olhei para eles.
- Querem algo?
Rapariga - Gostava de saber se estás melhor...
- O que é que isso te importa?
Rapaz - Para quem foi aberta por um homem qualquer está muito saidinha da casca.
Chris - Repete lá isso cabrão?
Rapaz - Eu disse... - O Chris levantou-se e deu-lhe um murro.
   O outro rapaz agarrou no Chris pelos braços e o rapaz que levou o murro deu um pontapé na barriga do Chris, ele fechou os olhos e evitou gritar. Entretanto o Justin e o Ryan apareceram, o Justin agarrou no rapaz que tinha levado o murro e dado um pontapé ao Chris e empurrou-o contra umas mesas, fazendo-o cair assim como caiu a mesa. O Ryan puxou o rapaz que estava a agarrar no Chris, o mesmo largou o Chris fazendo-o cair para a frente, e deu-lhe dois murros. Enquanto isso, vi a rapariga a aproximar-se do Chris, levantei-me e pus-me á frente dela.
- Baza.
   Ela pôs os cabelos para trás e saiu do bar, entretanto o director apareceu lá. Não me importei e ajoelhei-me ao lado do Chris, ele sentou-se e olhou para mim.
Chris - Estás bem?
- Eu estou, agora tu... passaste-te Chris?
Justin - Estão bem?
Chris - Ya bro , aqueles gajos estavam a meter-se com a Kath.
Ryan - Vem ai o director. 
Chris - Levem a Kath para outro lugar, ela agora precisa de tudo, menos de ir para o director.
- E tu?
Ryan - Eu e o Chris falamos com o director, Justin vai.
   O Justin levantou-me e levou-me para trás da escola. Sentámos-nos nos bancos, eu estava de cabeça baixa, não o queria encarar, não depois do que tinha acontecido.
Justin - Podemos falar?
- O que foi? - Perguntei arrogante.
Justin - Porque me tratas assim?
- Ainda perguntas?
Justin - Vem dar uma volta comigo.
- E as aulas?
Justin - Pelo menos não disseste não. - Riu-se e eu olhei para ele. - Não importa, é só hoje. 
- Ainda estou a tempo de dizer não. - Pensei um pouco. - Mas não o vou fazer. - Ele levantou-se.
Justin - Vamos?
- Sim.
(...)
A areia estava quente, a praia estava vazia. Eu e o Justin caminhámos para a beira-mar e molhámos os pés. Ele pegou na minha mala e nos meus ténis e levou-os para a areia, de seguida voltou para perto de mim.
Justin - Estás com o telemóvel?
- Não.
  Olhei para ele e ouvi-o rir, fiquei um bocado confusa e continuei a andar pela água, olhei para baixo, a água era tão limpa, conseguia ver perfeitamente as pedrinhas na areia e os meus pés a enterrarem-se nas mesmas. Entretanto olhei para o Justin que deu um pontapé na água, molhando-me. Ouvi-o rir, virei-me para ele e atirei-lhe também água, entretanto ele correu na minha direção, pegou-me ao colo como se eu fosse um saco de batatas e atirou-me para dentro de água. Levantei-me e puxei-o para que caíssemos os dois dentro de água, mas em vez disso ele ficou totalmente colado a mim, ele olhou para baixo, olhou-me nos olhos. Os meus olhos também estavam fixos nos dele, ele começou a aproximar-se de mim, fiquei nervosa ao sentir a sua respiração contra mim, ele começou a baixar-se de maneira a estar a altura dos meus lábios, ele olhou para os meus olhos novamente.
Justin - Posso?
   Não respondi, pus a minha mão na nuca dele e encostei os nossos lábios molhados, ele pôs as mãos na minha cintura e puxou-me mais para si, comecei a sentir a sua língua a percorrer o meu lábio inferior, entre-abri os meus lábios e as nossas línguas envolveram-se uma com a outra lentamente. Parámos o beijo pela falta-de-ar, ele olhou para mim e sorriu. Voltei a beijá-lo, mas desta vez um beijo mais rápido, as nossas línguas envolveram-se novamente, cada vez mais rápidas, ele um impulso para que saltasse para o colo dele, assim o fiz. Ele começou a caminhar para fora de água, perto das nossas malas, ele pôs-me no chão e separou os nossos lábios. Peguei na minha mala e nos meus ténis e ele fez o mesmo, ele agarrou na minha mão e conduziu-me para fora da praia. Ele levou-me até uma casa azul, que ficava mesmo á frente da praia. Ele tirou a chaves da mala e abriu a porta, afastou-se para que eu entrasse. Entrei. Ele fechou a porta e segurou novamente na minha mão, conduziu-me até umas escadas e subiu-as ainda com a minha mão na dele, entrámos num quarto com as paredes azul, o quarto estava bastante desarrumado, só podia ser o quarto dele. Ele atirou a mala dele para o chão junto com os supra, aproximou-se de mim e tirou-me os ténis e a mala e atirou para perto da mala e dos ténis dele. Pus os braços á volta do pescoço dele e ele pôs na minha cintura, comecei a andar para trás até cairmos na cama dele, ele apoderou-se dos meus lábios, beijámos-nos durante vários minutos. Senti a mão dele a puxar a minha blusa para cima mas parei-o, aquilo não podia acontecer. Separei os nossos lábios e sentei-me de costas para ele. Fechei os olhos e lembrei-me do que tinha acontecido, ele abraçou-me por trás e deu-me um beijo no pescoço.
Justin - Está tudo bem Katherine...
- Isto não podia ter acontecido.
Justin - Falamos disto depois sim? - Ele levantou-se e foi buscar um biquíni a uma gaveta. - É da Caitlin, deve de te servir. - Entregou-me o biquíni e uma toalha, mais uma camisola dele - Podes ir tomar banho, eu não espreito. - Riu-se.
- Obrigada.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

" porque é que fizeste isso? "

Fui abrindo os olhos lentamente, pisquei-os várias vezes para os adaptar á luz forte. Olhei em volta e percebi que estava num quarto de hospital, outra vez? Porque não me deixaram morrer?! Olhei para os meus pulsos e ambos estavam ligados, não sentia qualquer tipo de dor, não estava ninguém naquele quarto. Sentei-me na cama e tirei o soro do meu braço. Espreguicei-me e pus-me em pé, senti as minhas pernas a tremer por todo o lado, cai sobre os meus joelhos e suspirei. Senti umas mãos nos meus ombros, levantei um pouco a cabeça para ver quem estava ali. Vi o Chris, levantei os meus braços e abracei-o com as poucas forças que me restavam. Ele pegou-me ao colo e sentou-me em cima da cama, chamou um médico.
Chris - Porque é que fizeste isso Kath? Foi apenas um assalto, já está tudo bem...
- As memórias continuam na minha cabeça Chris, se vocês não tivessem chegado a tempo ele podia ter abusado de mim!
Chris - Mas não o fez! - Elevou o tom de voz. Fechei os olhos e as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. - Ou fez? - Baixei a cabeça. - Kath, porquê que escondeste?! - Disse abraçando-me. 
Comecei a chorar cada vez mais, até que ouvimos bater á porta. Esfreguei os meus olhos e limpei-os ao lençol da cama, o médico entrou e analisou-me. Entregou-me as roupas que trazia vestidas, quando me tiraram da banheira...
- Quem é que me encontrou?
Médico - A sua mãe e uma menina chamada Caitlin, se não me engano.
- Obrigada.
Médico - Não volte a fazer o que fez, vai estragar a sua vida.
- Ela já está estragada.
Médico - As melhoras. - Saiu do quarto.
O Chris também saiu do quarto para que me pudesse vestir. Tirei um vestido simples do saco e umas sandálias, vesti-me e calcei-me. Fiz um rabo de cavalo no cabelo e sai do quarto. Aproximei-me do Chris e ele pôs o braço por cima dos meus ombros, saímos do hospital e logo á frente vimos o carro dos meus pais, ele deixou-me perto do carro e preparou-se para ir embora.
- Fica comigo. 
O Chris olhou para os meus pais, e ambos assentiram. Entrámos no carro. Ele entrou primeiro, entrei, pus a cabeça no colo do Chris, dobrei as minhas pernas e fechei a porta com o pé. A minha cabeça estava virada para o peito do Chris, ele mexia nos meus cabelos, durante a viagem para a minha casa apenas a música da rádio se ouvia. 
(...)
O Chris entrou no meu quarto a seguir a mim, fechou a porta e trancou-a. Atirei-me para cima da cama, afundei a minha cara numa das almofadas da cama, senti a cama a descer, devido ao Chris ter-se sentado. Ele passou a mão pelas minhas costas e eu encolhi-me.
Chris - Fala comigo Kath... Por favor. - Sentei-me e olhei para ele.
- Por favor, não contes a ninguém.
Chris - Tens que falar! Não vais sofrer em silêncio, aquele cabrão tem que ser preso, senão morto. 
- Chris por favor...
Chris - Eu não conto, mas só por seres tu.
- Obrigada. - Abracei-o. Ouvi o meu telemóvel tocar, o Chris foi buscá-lo deu-mo. - É privado.
Chris - Atende.
Chamada.
- Sim?
xxx - É a Katherine certo?
- Catie?
Catie - Uhum... Então o meu amigo, abriu-te muito? - Riu-se.
- Foste tu?!
Catie - Não me subestimes, e para que saibas, já toda a gente sabe que goste violada. Apareceu nos jornais. - Riu-se novamente, e desligou o telemóvel.
Chamada.
Chris - Katherine?
- Foi ela Chris! - Levantei-me e encostei-me á parede.
O Chris aproximou-se de mim e abraçou-me novamente, abraçou-me com todas as forças, ouvi novamente a vibração do meu telemóvel, afastei um pouco o Chris e vi, a Caitlin estava a ligar-me. Desliguei a chamada, e de seguida era a Anne a ligar-me, desliguei o telemóvel e sai dos braços do Chris, sentei-me na cama e o Chris ajoelhou-se á minha frente.
- Deixa-me sozinha...
Chris - Não vais voltar a ... - Não respondi. - Kath!
- Sai Chris, por favor. - Ele deu-me um beijo na bochecha e saiu.
Assim que ouvi a porta a fechar, corri para a mesma e tranquei-a, escorreguei através da porta, até cair sobre os meus joelhos, pus a mão nos olhos e chorei, chorei e chorei. Nada explicava a minha dor neste momento, eu não tentei nada com o Justin, eu odeio-o, porque é que será que a Catie não conseguia perceber isso? Levantei-me do chão e dirigi-me para a casa de banho, sentei-me sobre o tampo da sanita e tirei a tesoura da gaveta. Olhei para os meus braços e tentei resistir á tentação. Encostei novamente a tesoura á pele e fiz um corte, não muito fundo, mas o bastante para sangrar um pouco. Fiz outro corte mais a cima, e de seguida outro. Ouvi a minha mãe a chamar-me para jantar, lavei a tesoura e pus-la dentro da gaveta. Pus uma ligada á volta dos cortes e vesti um pijama de manga comprida e calças. Sai do quarto e sentei-me á mesa. 
Pai - Amanhã vais á escola?
- Sim.
Mãe - Tens a certeza que estás bem para ir?
- Tenho.
Acabei de jantar e subi para o meu quarto. Tranquei a porta e fui para a casa de banho. Arregacei as mangas e retirei a ligadura rápido, o sangue dos cortes começou a sair, limpei com água oxigenada e fui para a cama. Fechei os olhos e demorei imenso a adormecer. Acordei a meio da noite, as imagens daquele momento estavam a vaguear na minha memória. Sai da cama e fui ligar o telemóvel. Eram 5h da manhã, precisava de falar com alguém. Liguei para o Chris e ele demorou algum tempo para atender.
Chamada.
Chris - Estás bem?
- Não... Preciso de ti. - Ouvi uns barulhos do lado da linha.
Chris - Eu estou aqui, estou sempre contigo! O que aconteceu?
- Pesadelos Chris... Não consigo adormecer novamente. - Sentei-me na cama.
Chris - Amor já passou, vai ficar tudo bem. - Ouvi uma porta a fechar do outro lado da linha. - Vais ver que vão apanhar aquele cabrão, e que ele vai acabar atrás das grades.
- E enquanto isso não acontece?
Chris - Não estarás sozinha.
- Neste momento estou sozinha.
Chris - Não por muito tempo. 
- O quê?
Chris - Vou desligar princesa.
- Porquê?
Chamada.
Ele desligou. Ouvi coisas a bater na minha janela,fui até á varanda e olhei para baixo. O Chris estava ali, de pijama e com duas malas, uma em cada mão. Sorri. Ele subiu pelo poste ao lado da minha varanda. Segurei as malas dele e fui pôr-las ao quarto, quando me virei, o Chris já estava cá em cima, corri para os braços dele, ele deu-me um beijo na cabeça. Deitei-me na cama e senti ele a deitar-se por trás de mim, virei-me para ele e pus a mão no seu peito, enquanto ele me apertava contra si. Ele deu-me um beijo na testa.
Chris - Estou aqui.
- És o melhor. - Murmurei.
Chris - És a minha melhor amiga, estás em primeiro lugar.
- Amo-te.
Chris - Amas?
- Por amizade cromo. - Sorri.
Chris - Ah... - Sorriu também. - Descansa princesa.
- Obrigada por tudo.
Chris - Não agradeças.

" só quero morrer "

Senti uma dor enorme na minha cabeça, uma dor bastante aguda, doía-me imenso, sem estar a exagerar. Tentei abrir os meus olhos, mas estavam bastante doridos para o fazer, senti algo a apertar o meu dedo, mexi-o. Ouvi uns apitos, apitos de máquinas, tentei abrir os olhos, fazia questão de saber onde estava. Abri os olhos, não todos, estavam a penas semi-serrados, vi paredes brancas, inclinei a cabeça para o lado e vi de onde o som vinha, eu estava deitada, num quarto de hospital. Não me lembro de nada, a penas de me terem tapado a boca, nada mais. Tentei abrir os olhos por completo, mas logo fechei, devido á luz do quarto. 
Enfermeira - Tenha calma, vou fechar as janelas e apagar a luz para que se habitue lentamente. 
Ouvi as cortinas a fechar, tentei abrir novamente os olhos e o quarto estava agora escuro. Tentei também sentar-me, mas não consegui, também sentia as minhas costas doridas.
- O que aconteceu?
Enfermeira - Não importa. Diga-me, como se sente?
- Doí-me tudo, sem exagero.
Enfermeira - Há uns minutos inserimos uma anestesia dentro de si, deve de estar quase a fazer efeito.
- Que horas são? 
Enfermeira - 10:30 da manhã.
- Os meus pais vão castigar-me para o resto da vida.
Enfermeira - Não pense nisso agora. Você chegou aqui ontem, acompanhada por um grupo de jovens, não me disseram nada, só " ajude a minha amiga ", diga-me, como se chama? 
- Katherine.
Enfermeira - Idade?
- 15 anos. Os meus pais não sabem de nada?
Enfermeira - Não sei, uma amiga sua esteve aqui de manhã e disse que os ia avisar.
- Por favor, preciso de saber o que aconteceu. - Mexi as pernas, mas senti novamente uma enorme dor. - Sinto como se tivesse sido atropelada.
Enfermeira - Não foi isso que aconteceu, descanse um pouco... Irá ficar bem, as dores vão passar.
- Está bem... - A enfermeira saiu do quarto.
Fechei os olhos. Comecei haver algo, algo desfocado, uma discoteca, um rapaz com qual falava. Vi ele a virar-me as costas. Vi-me sentada num banco, uma mão a tapar-me a boca. Num segundo depois já estava atrás de uns arbustos. Vi um homem com barba e barrigudo, ele pôs fita-cola na minha boca, impedindo-me de gritar, vi-o a desapertar o cinto que trazia e a atá-lo nas minhas mãos, vi lágrimas a sair do meu rosto. As mãos do homem vagueavam por todo o meu corpo, o meu vestido estava pela barriga, as minhas cuecas no joelho, o botão das calças do homem desapertadas. Vi-o deitar-se por cima de mim, senti algo duro entrar dentro de mim, gritei contra a fita-cola na minha boca. Fechei os olhos e várias lágrimas deslizaram pela minha face, a dor era enorme, abri os olhos e vi o homem a revirar os olhos, notava-se que sentia prazer no que estava a fazer. Ouvi duas vozes familiares, Caitlin e Mia. Entretanto a face onde se notava prazer, mudou para uma cara assustada. Entretanto o homem saiu de dentro de mim, vestiu-me as cuecas e abotoou as calças, tirou o cinto das minhas mãos e pôs um gorro preto na cabeça, apenas se via os olhos e a boca. Saiu agarrado aos meus ombros de trás dos arbustos, estava toda dorida, a minha cabeça doía-me imenso, ele virou-me para si, riu-se e atirou-me com imensa força para o chão, o impacto da minha cabeça e das minhas costas com as pedras da calçada, foi forte, fazendo-me ver tudo turvo e fechar os olhos por completo. Acordei completamente suada, desesperada, a chorar rios e rios. Olhei para a cadeira ao lado da minha cama e vi lá a Anne, comecei a chamá-la desesperadamente, ela acordou e abraçou-me, abracei-a, apertei-a junto a mim e chorei, chorei imenso.
Anne - Pronto princesa, já está tudo bem! Vai correr tudo bem, não te vão fazer mais mal, não irei permitir.
- Ele... ele violou-me, ele... - Senti-a a apertar-me mais, parei de falar e limitei-me a abraçá-la. - Só quero morrer... - Disse a chorar e a desesperar cada vez mais.
(...)
Passaram-se algumas horas, a Caitlin e a Mia já tinham estado lá, já me sentia mais calma. Estava sentada na cama a comer qualquer coisa, quando os meus pais entraram pelo meu quarto a dentro e abraçaram-me sofregamente, beijocaram-me as bochechas e sentaram-se á minha volta.
Mãe - Como te sentes?
- Mal... - Olhei para o meu pai. - Desculpa, desculpa ter ido sem te dizer nada, mas precisava de me sentir adolescente por uma vez que fosse, desculpa.
Pai - Isso agora não importa, o que aconteceu?
- Tentaram assaltar-me, mas elas apareceram...
Pai - Só assaltar?
- Sim... Quando é que vou sair daqui?
Pai - Vou falar com o médico. - Saiu do quarto e várias lágrimas se formaram nos meus olhos.
- Ele... Ele violou-me mãe. - Disse olhando-a nos olhos.
A minha mãe ficou chocada, enquanto eu chorava desesperadamente. Sentia nojo de mim, nojo do meu corpo, sentia-me sozinha, sentia-me usada, tocada, sentia-me completamente mal. Só queria desaparecer, morrer, tirar esta dor de cima de mim, cada vez que fecho os olhos é daquela cena que me lembro, isso destrói-me por completo, preciso de sair deste hospital e aliviar a minha dor, preciso de me isolar, de estar sozinha, livre de perguntas. A minha mãe abraçou-me.
Mãe - Eu estou aqui, não vou deixar que te aconteça nada, quando sairmos daqui vamos apresentar queixa.
- Não! - Disse alto entre lágrimas. - Não quero que ninguém saiba disto, só tu e a Anne sabem...
Mãe - Filha o homem não pode ficar livre, tem que pagar pelo que te fez.
- Mãe por favor... - Disse desesperada.
Mãe - Pronto princesa, não chores...
Algum tempo mais tarde a Anne apareceu com sacos com coisas minhas lá dentro, fui para a casa de banho e olhei para o espelho, pus-me de lado e de trás, como sentia nojo de mim mesma. Vesti-me e sai da casa de banho. Atei o cabelo no cimo da cabeça, pus-me ao lado da minha mãe e ela pôs o braço por cima dos meus ombros. Saímos do hospital, e fomos para o carro. Assim que entrámos no portão, vi o pessoal todo ali. Saí do carro e os meus pais continuaram no mesmo, a caminho da garagem. A Anne abraçou-me com todas as suas forças. Abracei-a também e olhei para elas, prendi as lágrimas e tentei não pensar no que aconteceu. A Caitlin chegou-se á minha frente e pegou na minha mão, afastou-me um pouco deles e olhou-me mesmo nos olhos, a sua cara estava séria.
Caitlin - Sei que não estás bem, mas preciso de te contar uma coisa...
- Fala.
Caitlin - Posso vir dormir a tua casa hoje? É que foi o Chaz que me contou.
- Claro que podes. Vens cá jantar também, pode ser?
Caitlin - Não quero dar trabalho. - A minha mãe aproximou-se de nós.
Mãe - Ela tem que descansar, passam cá amanhã está bem?
- A Caitlin vem cá jantar. - Disse baixo e virei-me para o pessoal.
Despedi-me deles, e todos me desejaram as melhoras. Viraram costas e eu fiquei a olhar para eles ainda, entretanto vi o Justin a olhar para trás, os seus olhos estavam brilhantes, as suas feições tristes, ele não estava bem e isso é certo. A minha mãe pôs o braço por cima dos meus ombros e conduziu-me para dentro de casa. Mas pus o pé dentro da cozinha, a Lily e a Kelsey vieram abraçar-me.
Kelsey - Como está menina?
- Bem, foi só um susto. Quero ir para o meu quarto.
Mãe - Tens que comer.
- Não... Não quero.
Virei costas e fui para o meu quarto. Tranquei a porta e logo várias lágrimas começaram a cair pelo meu rosto, não paravam. Entrei na casa de banho e despi-me, ficando só de sutiã e cuecas. Atirei a roupa para um canto qualquer e enchi a banheira. Tirei as roupas que restavam e entrei dentro da banheira, atei o cabelo no cimo da cabeça e estiquei-me até abrir a gaveta. Tirei de lá uma tesoura e voltei a deitar-me na banheira. Olhei para o meu corpo, para os meus braços e passei a tesoura pelo meu pulso suavemente, fechei os olhos e lembrei-me daquela noite, das mãos nojentas e ásperas a passarem pelos meus peitos, pela minha barriga, as lágrimas começaram novamente a aparecer, fiz pressão com a lâmina da tesoura contra a minha pele e senti uma dor, mas nada se comparava ao que estava a sentir por dentro, nunca pensei que ia perder a minha virgindade aos 15 anos e ainda por cima numa violação. Fiz um novo corte no outro pulso, ambos os cortes eram profundos, pus os pulsos dentro de água e a mesma ficou completamente vermelha, estava a perder muito sangue, talvez assim a dor, o nojo, desaparecessem. Senti os meus olhos a fechar, deitei-me de uma forma confortável na banheira e fechei os olhos.

sábado, 21 de julho de 2012

" estou á tua espera á frente da escola "

Não faço a mínima ideia do tempo que ficámos a escolher as roupas, já eram 19:30 e ainda não sabia o que vestir, queria levar algo discreto e que não desse nas vistas, mas elas não me deixavam levar, até que encontrámos os vestidos perfeitos para aquela noite. Escolhemos os sapatos e fomos arranjar-nos.
Eu - vestidosapatos , penteado , maquilhagem .
Caitlin - roupa , sapatos , penteado , maquilhagem .
Mia - roupa , sapatos , penteado , maquilhagem .
Caitlin - Oh meu deus, estamos tão lindas!
- Sinto-me tão produzida, oh meu deus.
Mia - Tu estás simples e linda.
Caitlin - Vou mandar mensagem aos rapazes.
- Eu mando ao Chris.
Mia - Será que o Ryan vai com a Mary?
Caitlin - Ele convidou-te burra do caraças.
Mia - Desculpa ai mazona. - Rimos.
Peguei no telemóvel e mandei mensagem ao Chris, sentei-me na cama enquanto falávamos. 
Para: melhor amigo *-*
Assunto: Pronto para logo? Estou á tua espera á frente da escola. 
Resposta: Quê?
Assunto: És mesmo lento o: , eu vou á festa, depois explico-te, vá agora vou arrumar tudo, ás 19:45 á frente da escola, kiss , lyou @
Caitlin - Esse " love you " é amizade ou ...
- Que parva Caitlin! - Atirei-lhe a almofada. - Temos é que arrumar este quarto, senão amanhã não me vêm na escola.
Mia - Nem tu a nós, é feriado estúpida.
Caitlin - E tu e a Anne mais a Emma vêm para a praia connosco e com os... - Mordeu o lábio - Rapazes...
- Nem morta!
Mia - Ai vá lá!
- Não! Não o vou aturar, desculpem...
Caitlin - Ele faz-te ficar diferente! Tu gostas do miúdo?
- Eu odeio-o, odeio-o, odeio-o!
Mia - O Katherine, vá lá... Por nós.
Caitlin - Sim... Com a Anne e com a Emma.
(...)
Começámos a ver quatro rapazes a dirigirem-se a nós, no outro lado vinha a Catie com um vestido rosa choque, mais curto que sei lá eu o quê. Olhei para a frente e o Chris já estava a centímetros de mim, ele agarrou na minha mão e fez-me dar uma voltinha, ri-me e dei-lhe um beijo na bochecha. Olhei por cima do ombro dele e vi o Justin aos beijos com a Catie, ela tinha as mãos sobre os ombros dele e ele as mãos no rabo dela, virei a cara e vi o Chaz e a Caitlin a trocar olhares envergonhados. A Mia estava ás trocas de olhares com o Ryan, esse que lhe pegou na mão e lhe deu um beijo fofo na bochecha. As bochechas dela depressa ficaram coradas. O Justin e a Catie juntaram-se a nós com as mãos entrelaçadas e fomos andando para a festa. Mal chegámos perto da porta da discoteca onde se ia realizar a festa, ouvimos logo a música, estava alta, totalmente alta. Entrámos e fomos para a pista de dança, começou-me a doer os pés e fui sentar-me com um copo de coca-cola na mão. Entretanto dois rapazes sentaram-se perto de mim. 
Rapaz 1 - Tens namorado?
- O que é que tens haver com isso?
Rapaz 2 - Vá beleza, conta-nos lá...
Chris - Sim, ela tem namorado, agora bazem!
Rapaz 1 - E és tu que mandas?
Chris - Metam-se com outra, esta é a minha miúda. - Entretanto o Justin e os outros chegaram.
Rapaz 2 - Bora lá puto, o que não faltam por ai são vacas boas. - Vi o Chris a fechar a mão e pronto para bater no rapaz, mas eu levantei-me e agarrei-lhe na mão.
- Não faças  isso. - Sussurrei-lhe e os rapazes bazaram. 
Chaz - O que é que aconteceu?
- Gajos que não têm vida própria, nada demais.
Sentámos-nos na conversa e na brincadeira. 
- Obrigada por me teres defendido. - Sussurrei ao ouvido do Chris.
Chris - Não tens que agradecer, és a minha melhor amiga, vou defender-te sempre.
- Que fofo, obrigada por seres assim.
Chris - Tu mereces, és uma miúda incrível.Vi o Justin e a Catie a dançar na pista, entretanto vi-o a deixar a mão dela e a sair apressado pela discoteca a fora e ela a ir para a casa de banho. Levantei-me e segui o Justin para uns bancos á frente da discoteca, sentei-me ao lado dele e pude ver os seus olhos com lágrimas.
- O que se passa?
Justin - Nada... - Olhou para o vazio.
- Nada não, estás a chorar por algum motivo.
Justin - Ao contrário do que pensas, eu tenho sentimentos.
- Pois, não vamos por ai. 
Justin - A sério, eu vou lá para dentro.
- A tua namorada deve de estar á tua espera.
Justin - Qual namorada? Eu não gosto da Catie, não dessa forma, apenas curto de curtir com ela, mais nada. - Mandei-lhe um estalo e levantámos-nos. - Passaste-te?
- Desculpa? Ela pode ser a maior estúpida do mundo, mas tem sentimentos e tu estás a brincar com eles, e dizes tu que tens sentimentos? Por amor de deus, cuida-te Justin.
Justin - Tu não percebes nada! Se isto aconteceu, foi por tua causa.
- O quê? Tu namoras com ela porque queres!
Justin - Esquece, não vale a pena. - Ele virou-me costas e entrou na discoteca.
Entretanto senti o meu telemóvel a vibrar.
De: Mia Fofa.
Assunto: Estás onde?
Resposta: Cá fora, preciso de estar só.
Assunto: Daqui a 10, 15 minutos eu e a Cat vamos ai.
Resposta: Tudo bem...
Guardei o telemóvel no bolso, mas voltei a tirá-lo para ver as horas « 23:12 » , guardei novamente e olhei para o chão. Só conseguia pensar no Justin e na conversa que havia tido com ele, primeiro estava quase a chorar e depois diz tal coisa da Catie? Ela pode ser uma rapariga bastante parva e convencida, conflituosa e o que for, mas tem sentimentos, todas as pessoas têm, apesar de umas não demonstrarem e sim, estou mesmo a referir-me ao Justin. Ele é o maior mulherengo que conheço, vai para a cama com todas, não são curtes de beijos e apalpões, são mesmo coisas mais avançadas, sexo. Ele é um rapaz tão bonito, mas consegue ser tão estúpido. Suspirei e senti algo a tapar a minha boca, queria gritar mais foi impossível.

" passa-se ali alguma coisa "

O despertador tocou.
   Espreguicei-me e bocejei. Ouvi bater á porta e perguntei quem era, ouvi a voz da minha mãe do outro lado da porta, disse que entrasse e ela sentou-se ao meu lado. 
- Vais dar-me um sermão? - Perguntei, lembrando o que tinha acontecido ao jantar.
Mãe - Para teres dito isso, já deves de ter consciência que não tiveste uma boa atitude.
- Apenas queria ser normal sabes? Queria ter liberdade, queria divertir-me como os adolescentes da minha idade, vocês nunca estão em casa, porque me prendem cá? Acho que tenho direito de me divertir, faço tudo para vos agradar, faço o que me pedem, tiro boas notas, não reclamo, mas ontem fartei-me completamente. Vou tomar banho, não me quero atrasar. - Sai da cama e dirigi-me para a casa de banho, mas antes de entrar a minha mãe chamou-me.
Mãe - Filha... - Aproximou-se de mim e deu-me um beijo na testa. - Achas que não te percebo? Eu sei que é difícil, mas o teu pai é assim, não quero brigar com ele. Eu converso com ele e tento mudar-lhe as ideias, ou então vais prometer-me que vais a essa festa e que á 00:00h voltas para casa, pois saímos da reunião a essa hora.
- Eu prometo mãe. Obrigada. - Dei-lhe um beijo na bochecha e fui para a casa de banho, á medida que ouvia os passos dela a sair do meu quarto.
Tomei um duche rápido, sequei o cabelo e fiz um penteado. Fui ao meu closet, tirei uma roupa simples, tirei uns ténis e fui para o quarto. Passei creme hidratante pelo corpo, vesti-me e calcei-me, fui buscar dinheiro ao meu mealheiro e pus 10 euros dentro da carteira. Fui buscar a minha outra mala de escola, pus lá a carteira e o telemóvel. Desci para a cozinha, peguei numa maça, cumprimentei a Kelsey e a Lily e saí de casa. Fui para a paragem e o autocarro já estava lá parado. Alguns minutos depois já estava na escola, corri para os braços do Chris e dei-lhe um abraço muito grande. Dei-lhe um beijo na bochecha e ele retribuiu o beijo na bochecha. Passámos o cartão e fomos para a porta da sala, onde já estava a Anne sentada no chão com a cabeça baixa. Sentei-me ao lado dela e ela olhou para mim, virou o seu corpo e abraçámos-nos.
- O que se passa?
Chris - Bem... Eu vou ter com o pessoal, até já.
Anne - Os meus pais vão-se separar Kath...
- Porquê?
Anne - Discutiram por causa do meu irmão querer sair da escola... A sério, devias de ter visto o meu pai, parecia possuído! Ele já fez as malas, hoje de manhã estavam novamente a discutir para saber com quem é que eu ia ficar.
- Se calhar é melhor assim, mais vale estarem afastados sem discutir princesa, isso não faz bem a eles nem a ti, muito menos á tua irmã.
Anne - Ela só tem 5 anos, não sabe escrever quanto mais o que é a vida.
- Anne? - Perguntei chocada com a arrogância dela. 
Anne - Desculpa... Estou chateada com isto tudo.
- Vais ver que as coisas se vão resolver, eles não vão deixar de gostar de ti, é uma fase, acontece com muitos casais.
Anne - Eu não quero deixar de ver o meu pai, porque como é óbvio vou ficar com a minha mãe.
- Não vais deixar de o ver. - Tocou e o stôr já estava dentro da sala. - As coisas vão-se recompor. - Levantámos-nos e entrámos na sala.
Anne - Espero bem que tenhas razão.
(...)
Eram 18:30h, finalmente estava livre da escola por hoje. Amanhã era feriado, por isso não ia haver aulas. 
- Bem... Tenho que ir.
Anne - Vais á festa com o Chris?
- Vou, mas ele ainda não sabe. - Sorri.
Anne - Diverte-te bf, logo mando-te mensagem sim?
- Está bem, e tu tem calma princesa. - Demos um abraço e eu entrei no autocarro.
Mal cheguei a casa ouvi um estrondo, subi as escada assim como a Kelsey e a Lily e entrei no quarto da minha irmã, pois ouvi-a a chorar. Ela estava caída no meio do chão, aproximei-me dela e ajoelhei-me. Puxei-a para perto de mim e ela estava com a mão no joelho. Afastei a mão dela e pude ver uma mancha negra no seu joelho. Peguei nela ao colo.
Kelsey - Leve-a para a cozinha, eu já lhe levo a pomada para as nódoas negras.
- Sim, obrigada.
Desci as escadas com ela ao colo e sentei-a em cima da bancada da cozinha, pus a perna dela esticada também em cima da bancada. A Kelsey deu-me a pomada e eu pus no joelho da minha irmã, elas começou a parar de chorar.
Lily - Vamos para a sala ver os desenhos-animados?
Nicole - Sim! - Disse feliz, esticando os braços para que a Lily lhe pegasse ao colo.
- Não janto cá, vou sair. 
Kelsey - O seu pai não lhe disse para ficar em casa menina?
- Sim, mas ele não vai saber. - Sorri e dei-lhe um beijo na bochecha.
Fui para o meu quarto e mandei mensagem á Mia e á Caitlin.
Para: Caitlin Beadles ; Mia Fofa.
Assunto: Venham ter á minha casa agora, temos que nos preparar para arrasar naquela festa, até já fofinhas. [ geral para as duas ]
Ambas responderam que vinham. Meti-me á procura dos sapatos de salto alto, dos vestidos e das saias para festas, procurei a mala onde tinha toda a minha maquilhagem e levei tudo para o meu quarto, espalhei tudo por cima da cama e fui para a varanda. Vi-as ao portão da minha casa. Sai do meu quarto e fui destrancar o portão.
Mia - Sempre podes vir?
- Tecnicamente não. - Ri-me.
Caitlin - Não nos vimos hoje... As outras duas não te fizeram nada? - Entrámos no meu quarto - A Catie disse-me que namorava com o Bieber.
Mia - O Justin disse-nos isso hoje...
Caitlin - Ele não a ama e passa-se ali qualquer coisa.
- De qualquer forma, nós estamos aqui para escolhermos as roupas e preparar-nos para a festa, vamos a isto?
Mia e Caitlin - Vamos pois. - Olharam para cima da minha casa.

" na...namorado?! "

Mia - Onde vão almoçar?
Anne - Há pizzaria, hamburgaria e panderia. - Desmanchamos-nos a rir.
Caitlin - Então vêm connosco.
- What? Nem a brincar, não mesmo.
Chris - E lá estás tu... Kath não te preocupes.
Mia - É ele não é? - Assenti. 
Caitlin - O Justin? Ele não parou de falar em ti a aula toda. - A Mia deu-lhe um cotovelada. - O que é? É verdade.
Anne - Nós vamos, não precisas de falar com eles. - Não disse nada, e fomos ter com eles.
Chris - Pessoal, são a Katherine e a Anne, damas são o Ryan, Chaz e o Justin. Elas vêm almoçar connosco.
Chaz - Por causa do trio maravilha?
Caitlin - Sim, elas vão-se vingar de certeza.
- Não é preciso nada disto, mas elas as duas - Apontei para a Caitlin e para a Mia - Obrigaram-nos.
Justin - É melhor assim. - Virou-se para a frente. - Tenho fome, quero comer! - Disse em desespero, mas na brincadeira.
Chris - Somos dois, bora lá gente. - Ele pôs o braço por cima dos meus ombros.
(...)
Fizemos os nossos pedidos e sentámos-nos a comer. O Justin, o Ryan, o Chaz e o Chris falavam das raparigas da nossa escola, eles diziam nomes e nomes, até que chegaram á minha turma.
Chaz - Quem é que vocês comiam da turma delas?
Justin - Nenhuma, só pitas. - Lancei um olhar de morte ao Justin, e ele olhou-me da mesma forma. - Vais dizer que é mentira? Ao pé de nós são umas pitas.
- Com essa mentalidade também não és lá muito mais velho. - Pisquei-lhe o olho e bebi um bocado do meu sumo.
Caitlin - Autch, essa doeu.
Justin - Tu, numa cama comigo mudavas logo de opinião. - Disse sorrindo.
- Eu, nunca cama contigo? Só se for a sonhar. - Disse, dando uma dentada na minha sandes. 
Ryan - Puto... Esta é das difíceis. 
Justin - Nem que fosse das fáceis, é uma pita.
Chaz - É pita, mas como ela não encontras outra gaja, super bonita e com alto corpo. - Disse e olhou para mim e depois para a Caitlin. - Caitlin, só te quero a ti.
- Importam-se? Eu estou aqui!
Mia - Habitua-te, estes gajos apreciam todos os dias as mesmas pessoas, mesmo aquelas que vêm todos os dias.
- Não me habituo. - Olhei para o ecrã do telemóvel - Está quase a tocar e nós vamos bazar.
Caitlin - Nós temos tarde livre, mas vamos levar-vos.
- Nós vamos sozinhas, já nos bastou o almoço. - Olhei para o Justin e depois para a Caitlin.
Mia - Não vos vamos deixar sozinhas.
Chris - Eu vou com elas, não se preocupem.
Caitlin - Tudo bem...
Mia - Logo liga-me se acontecer alguma coisa.
- Que chata Mia, não sou nenhum bebé, sei tomar conta de mim.
Mia - Liga-me.
Anne - Ela liga não te preocupes.
Pagámos e fomos para a porta da escola. Despedi-me delas, virei-me e caminhei até ao coiso de passar o cartão para entrar na escola, abri a carteira, tirei o cartão e passei-o, estava prestes a entrar na escola, quando ouço uma boca do Justin.
Justin - Nem com essas roupas me excitas! - Virei para trás.
- Isso é porque não tens nada para se excitar, se é que me entendes. - Pisquei o olho e deixei escapar uma gargalhada, enquanto os amigos dele, nem fingiram, desmancharam-se a rir.
Alcancei o Chris e a Anne, fomos para perto da sala, e á porta estava o " trio maravilha " , elas aproximaram-se de nós. 
Catie - Quero falar contigo. - Olhou para mim.
- Mas eu não quero falar contigo.
Catie - Vá miúda, é só uma conversa a sós.
Chris - Não ouviste? Ela não quer.
- Ok.
Abri a porta da sala e entrámos as duas. Sentei-me em cima da mesa e pus a mala ao meu lado, pus lá dentro o iPhone e olhei para a Catie, que estava sentada em cima da mesa do stôr.
- O que é que queres?
Catie - Que páres de olhar para o meu namorado.
- Na... namorado?!
Catie - Isso mesmo, eu e o Justin namoramos, desde da aula de Física. - Levantou-se e caminhou na minha direcção, pus-me em pé á frente dela. - Se te vejo a olhar para ele, não te ficas mesmo a rir.
- Eu não quero nada com o Justin, será que não ouves bem? - Disse alto.
Catie - Cala a boca pita, todas as gajas andam loucas pelo meu namorado.
- Acontece que eu não sou todas, agora deixa-me em paz! - Peguei na mala e sai disparada da sala.
Passei pela Anne e pelo Chris e não lhes disse nada, fui para as casa de banho femininas, vi se tinha alguém e depois atirei a mala para cima do banco e olhei-me ao espelho. Entretanto ouvi a porta a abrir, a Anne e o Chris entraram disparados e vieram ter comigo.
Chris - O que é que ela te fez?
- Nada, só me disse que o Justin e ela namoravam.
Chris - Eles não namoram!
- Pelo que parece começaram hoje, depois da aula de física.
Chris - O Justin não se apaixona por porcas como ela.
- Não me interessa.
Anne - Meninos, já tocou, vamos?
- Que remédio.
Anne - Deixa-os Katherine, não valem nada.
- Eu sei.
Saímos da casa de banho.
(...)
Sai do autocarro, entrei em casa e a Mini e o Mickey vieram a correr para mim, assim como a minha irmã, peguei nela ao colo e dei-lhe um beijo na bochecha. Levei-a para a cozinha e sentei-a na cadeira dela, a Kelsey deu-lhe uma banana para ela comer. Fui ao meu quarto, atirei a mala para cima da cama e voltei para a cozinha, sentei-me a comer uma sandes com fiambre e queijo, servi um copo de sumo de laranja e bebi dois golos. A Lily sentou-se á minha frente, assim como a Kelsey e lanchámos juntas.
Kelsey - A menina tem o lábio inchado, está tudo bem?
- Sim, sim...
Lily - O que aconteceu consigo?
- Foi na aula de Educação Física, tropecei e mordi o lábio.
Kelsey - É melhor passar uma pomada para ver se fica melhor.
- Sim, vou tomar um duche, vestir o pijama e meto um bocado de pomada. - Pus o copo para lavar e limpei as migalhas. - Quando jantar estiver pronto, pode chamar-me?
Kelsey - Claro menina. Massa á bolonhesa, o seu prato favorito.
Sorri. Dei um beijo á minha irmã, fiz uma festinha ao Mickey e á Mini e fui para o quarto. Procurei a pomada para por no lábio pelas gavetas, quando encontrei atirei para cima da cama e fui para a casa de banho. Tomei um duche e fui em sutiã e cuecas para o quarto. A minha irmã estava em cima da minha cama a mexer no meu telemóvel. Sentei-me ao lado dela e vi o que estava a fazer, tirei-lhe o telemóvel da mão e pus em cima da mesa-de-cabeceira.
- O que é que a mana já te disse? Não gosto que mexas nas minhas coisas.
Nicole - Desculpa mana... - Disse triste, quase a chorar.
- Não fiques assim Nicky, a mana não está chateada, só não quer que o faças está bem?
Nicole - Sim. - Limpou os olhos. - Mana, podemos ir passear os cães á praia?
- Estou cansada... Mas sim, vai vestir um vestido e por a coleira e a trela neles, já que gostas de o fazer, já desço está bem?
Nicole - Sim... Convida a Anne para vir.
- Como querias fofinha.
Ela saiu do quarto a correr. Como eu amava a minha irmã. Fui buscar um biquíni e umas roupas simples ao closet e voltei para o quarto. Mandei mensagem á Anne, mas ela não podia vir, os pais não lhe deixaram. Fui então preparar-me, sequei o cabelo, pus o telemóvel no bolso e desci, não me preocupei em esconder a minha cara vermelha. 
- A Nicole?
Kelsey - Está lá fora com a Lily.
- Está bem, obrigada.
Saí de casa, agarrei na mão na Nicole, ela levava a Mini na outra mão e eu o Mickey. Fomos para a praia. Quando lá chegámos a minha irmã meteu-se a correr pela praia com os cães, atirava-se para a areia, e as gargalhadas fofinhas dela ouviam-se por todos o lado. Sentei-me com as pernas á chinês na areia e fiquei a olhar para ela a brincar. Ela é tão inocente, não faz ideia do quão cruel pode ser o mundo á sua volta. Senti alguém a sentar-se ao meu lado, olhei e fiquei chocada.
- A sério?
Justin - Não, a brincar. - Levantei-me e ele também. - Estás longe de casa.
- Não te perguntei nada. - Olhei para a minha irmã. - Nicky vamos!
Justin - É tua irmã?
- Ainda não percebeste que não quero falar contigo? Vai ter com a tua namorada e deixa-me em paz! - Sai de perto dele e fui buscar a Nicky.
(...)
- Amanhã vai haver uma festa para os três anos de secundário... Estou convidada para ir, posso? - Disse e levei comida á boca.
Pai - Não. - Disse frio.
- Porquê?
Pai - Não tens idade para isso.
- Pai, é de escola! Não vai haver bebidas alcoólicas nem nada!
Mãe - Deixa-a ir William, ela nunca se diverte, também merece, as notas dela são excelentes.
Pai - Já disse o que tinha dizer, ainda por cima amanhã tenho uma reunião.
- É sempre assim não é pai? Sinceramente. - Levantei-me da mesa.
Pai - Senta-te Katherine Sophia.
- Não!
Virei costas e fui para o meu quarto. Sentei-me na cama e mandei mensagem ao Chris.
Para: melhor amigo *-*
Assunto: Olá bebé. Pedi aos meus pais para me deixarem ir, mas o meu pai disse que não, já a minha mãe deixou. Desculpa, mas o meu pai não quer. Amo-te bf :c
Resposta: Oh amor, insiste, quero mesmo que venhas comigo... Amo-te too bf :)
Assunto: Vou tentar. Agora vou descansar.
Resposta: Fazes bem, amanhã espero por ti ao portão, kiss bf @
Assunto: Está bem, kiss kiss . @
Pus o telemóvel em cima da mesa-de-cabeceira, vesti o pijama e fui dormir.